12.7.07

The Dancing Girl of Izu and Other Stories


Ao que parece, The Dancing Girl of Izu (A dançarina de Izu) vai ser publicado em português (do Brasil, em Portugal já foi publicado há muito tempo pela Vega Editora) este ano pela Estação Liberdade.

Foi com este livro, publicado em 1925, que Kawabata começou a ser reconhecido. Ele é dividido em duas partes, a primeira claramente autobiográfica e a segunda com contos bem curtos, alguns baseados em lendas japonesas, com alguns elementos fantásticos. O belo conto que dá título ao livro está na primeira parte, é, aliás, o primeiro conto e um dos mais longos do livro. O narrador encontra um grupo de artistas itinerantes e se encanta com uma das meninas, Kaoru, que, por causa da maquiagem, ele imaginava mais velha, ela tem apenas treze anos.
Em Diary of my sixteenth year (Diário dos meus dezesseis anos), o autor narra, em detalhes, a decadência física do avô. Nessa época Kawabata já tinha perdido o pai, a mãe, uma irmã e a avó, agora vivia só com o avô que estava morrendo. Vinte e sete anos mais tarde o autor retoma essas notas sobre o padecimento do avô, a falta de paciência de um e de outro, os arrependimentos, o cansaço. Ele reencontra as folhas e vai refazendo, colocando explicações entre parênteses e ao final. E, ao reler, tantos anos depois, o que escreveu, ele faz uma reflexão sobre a memória, não fossem aqueles escritos, muito do que se tinha passado entre ele e o avô já teria se apagado para sempre. As anotações eram muito francas. Na época, o avô já estava cego e, portanto, impossibilitado de ler, assim Kawabata não precisava temer que seu diário o ofendesse.

Yasunari Kawabata é também o autor de A casa das belas adormecida, livro que inspirou Memórias de minhas putas tristes de Gabriel García Márquez. Ele nasceu em Osaka em 1899, estudou literatura na Universidade Imperial de Tóquio e foi o primeiro escritor japonês a receber o prêmio Nobel (1968). Suicidou-se, em 1972, quatro anos após o suicídio de seu amigo, o também escritor, Mishima.

Seu livro Tristesse et Beauté adaptado para o cinema em 1985, na França.
Leila Silva

1 comment:

Jutilde de Medeiros said...

Beleza e Tristeza de Kawabata foi transformado em filme? Quem é o diretor? Preciso saber.