Foi escrito no Japão em princípios do séc. XI (apogeu do período Heian), por uma mulher membro da corte imperial. É conhecida por Murasaki (o nome de uma personagem do livro já que se ignora o seu real nome), sabe-se que pertencia a um ramo menor da família Fujiwara (que dominava a corte da época). A sociedade nada tem de parecido com a que nos é familiar dos filmes de samurais. É uma sociedade palaciana, que se dedica à poesia, música e outros prazeres da vida. No topo está o imperador e a sua família reconhecida como tal (que tem o título de princepes e princesas até à 3ª geração). Quem no entanto puxa as rédeas do poder são os Kuge, aristocratas da corte (descendentes na maioria das vezes de imperadores ou de clãs poderosos como os Fujiwara, que estão divididos em diversos ramos por vezes rivais ou mesmo inimigos entre si), que embora tenham o estatuto de comuns (por oposição à família imperial), estão bem acima do resto da população. Estão divididos em vários graus de nobreza (pode-se ser nobre de 1º, 2º, 3º, ou mais ordens); desempenha-se um cargo de acordo com a sua hierarquia, embora o favor imperial e as influências possam favorecer um indivíduo ou uma linhagem... até certo ponto.
Mesmo para se ser uma humilde concubina (já não falo de esposa) de personagens ilustres, não estava ao alcance de qualquer uma (as restantes esposas, concubinas e sobretudo as que dessem herdeiros podiam dificultar a escolha do interessado, dado que um filho de uma concubina de humilde proveniência -leia-se, nobreza pobre ou rural que um século depois seriam samurais- tinha os mesmo direitos se reconhecido ao filho de uma primeira esposa. A poligamia era de facto algo complicada). Os que desempenham cargos administrativos, governadores e militares (que não pertencem à aristocracia da corte, mesmo que tenham ligações familiares) são vistos com um desprezo mal disfarçado: se deixam as mulheres na corte, elas enganam-nos (depois de oferecer uma certa resistência claro), se vão acompanhados, as mulheres são lamentadas por irem para o desterro em territórios longínquos fora dos encantos da capital). Os maridos são assim descritos como boçais, gordos, velhos, incultos, e rodeados de homens violentos (os samurais), muito longe dos gentis guardas da capital. São ricos, mas não tem requinte e gastam grande quantidade de dinheiro por objectos sem gosto.
A relação dos homens com as mulheres é muito complexa (isto refere-se unicamente às classes superiores): chegando à puberdade, elas só podem estar com o seu marido, vivendo numa relativa reclusão. Uma mulher só poderá falar com outro homem que não o marido ou pai por detrás de um biombo com outras mulheres presentes (e mesmo assim é uma enorme prova de confiança), embora possa passear (neste caso em liteiras fechadas). Mais do que isso é uma prova de intimidade inaceitável (partia-se do principio que algo de desonesto sucedera). Claro que em muitas situações o limite do tolerável social sucede, mas desde que não se seja apanhado, tudo corre bem.
As mulheres por mais bem nascidas que sejam, se não tiverem um pai, irmão ou marido que as mantenha, estarão numa situação verdadeiramente aflitiva se estiveram por sua conta á medida que os anos passem. Esquecidas, pobres, velhas e feias, ficarão na miséria.
Mesmo para se ser uma humilde concubina (já não falo de esposa) de personagens ilustres, não estava ao alcance de qualquer uma (as restantes esposas, concubinas e sobretudo as que dessem herdeiros podiam dificultar a escolha do interessado, dado que um filho de uma concubina de humilde proveniência -leia-se, nobreza pobre ou rural que um século depois seriam samurais- tinha os mesmo direitos se reconhecido ao filho de uma primeira esposa. A poligamia era de facto algo complicada). Os que desempenham cargos administrativos, governadores e militares (que não pertencem à aristocracia da corte, mesmo que tenham ligações familiares) são vistos com um desprezo mal disfarçado: se deixam as mulheres na corte, elas enganam-nos (depois de oferecer uma certa resistência claro), se vão acompanhados, as mulheres são lamentadas por irem para o desterro em territórios longínquos fora dos encantos da capital). Os maridos são assim descritos como boçais, gordos, velhos, incultos, e rodeados de homens violentos (os samurais), muito longe dos gentis guardas da capital. São ricos, mas não tem requinte e gastam grande quantidade de dinheiro por objectos sem gosto.
A relação dos homens com as mulheres é muito complexa (isto refere-se unicamente às classes superiores): chegando à puberdade, elas só podem estar com o seu marido, vivendo numa relativa reclusão. Uma mulher só poderá falar com outro homem que não o marido ou pai por detrás de um biombo com outras mulheres presentes (e mesmo assim é uma enorme prova de confiança), embora possa passear (neste caso em liteiras fechadas). Mais do que isso é uma prova de intimidade inaceitável (partia-se do principio que algo de desonesto sucedera). Claro que em muitas situações o limite do tolerável social sucede, mas desde que não se seja apanhado, tudo corre bem.
As mulheres por mais bem nascidas que sejam, se não tiverem um pai, irmão ou marido que as mantenha, estarão numa situação verdadeiramente aflitiva se estiveram por sua conta á medida que os anos passem. Esquecidas, pobres, velhas e feias, ficarão na miséria.
A evolução das estações é-nos apresentada: é descrita a mudança nas flores, das árvores, do tempo, o chilrear dos pássaros, o que lhe dá um encanto especial, e consegue-se calcular o tempo que passa.
As personagens descritas são muito sensíveis, entrando em melancolia, depressão e morte com desgostos amorosos.
Nota-se uma evolução no estilo da escritora: enquanto nos primeiros capítulos o ambiente é muito frívolo (são apenas descrições de aventuras amorosas ligeiras), o ambiente torna-se mais sério (vemos as complexas lutas pelo poder numa corte, mesmo que sejam sem derramamento de sangue), mais pessimista (os capítulos finais em surge Genji são uma autentica despedida).
Quanto à história em si, o herói é um filho do imperador e de uma mulher de baixa extracção, isto é baixa nobreza e não de uma poderosa família: tendo ela morrido e para evitar mais complicações, o imperador decide tornar Genji um comum, logo excluído da família imperial (Genji minamoto era o nome dado aos descendentes imperiais que não recebiam o título de princípe).
De belo aspecto, ele rapidamente consegue ter sucesso com as mulheres e dedica-se a aventuras amorosas (como no caso de uma mulher que rejeitando-o, ele consola-se dormindo com o irmão dela que é ainda criança).
Depois de alguns amores sem consequência, apaixona-se por Fujitsibo, esposa do seu pai; ela não aceita os seus avanços a princípio, mas acaba por ceder e concebem um filho (que é visto por toda a gente como filho do imperador). Ela entra em depressão, recusa-se a encontrar-se com ele e morre mais tarde.
Genji procura então alguém que lhe lembre Fujitsibo, e descobre uma sobrinha dela ainda criança; depois de umas árduas negociações com a avó materna que a tinha a cargo (a mãe morrera e o pai um príncipe nunca a via), levou-a para sua casa para a ensinar a ser o seu amor ideal; deu-lhe sobretudo lições de poesia e caligrafia japonesas (dado que a cultura chinesa eram reservados para os homens), sem lhe ensinar grande coisa de pintura e música que lhe iria exigir muito tempo.
Genji é casado com Aoui, uma jovem filha do ministro da esquerda (da poderosa família Fujiwara) e irmã do seu amigo Tono, com quem tem desenvolve uma amizade/rivalidade nas conquistas amorosas (sem nada de muito grave). O casamento com Aoui não corre muito bem, pois ela é ciumenta das escapadas de Genji, mas a própria família dela não dá muita importância à situação, dado que ele é um aliado seguro que alinha na sua esfera política e não maltrata a mulher.
Entretanto a morte do velho imperador (pai de Genjii) alterou radicalmente as coisas.
O novo imperador Suzuku (irmão de Genji) era totalmente dominado pela mãe, Kokiden uma outra concubina, oriunda de outro ramo da família Fujiwara, a do ministro da direita. Tornou o seu avó ( o ministro da direita) todo poderoso, em detrimento do ministro da esquerda (sogro de Genji). Ainda por cima Kokidem tinha um ressentimento pessoal contra Genji, que se recusara a casar com uma irmã sua, em favor de Aoui, a filha do ministro da esquerda. Genji e todos familiares membros e aliados do ministro da esquerda vão sendo progressivamente afastados dos seus cargos. Mas Genji comete o erro fatal: teve um “caso” com uma irmã de Kokidem e foi apanhado na cama com ela, não deixando dúvidas. Ora a agravar a situação, essa irmã costumava ser “visitada” pelo novo imperador. Este ficou desgostoso e terminou a relação com ela: esta percebeu a asneira que cometera, pois se Genji era amável, ela nunca passaria com ele de mais uma das numerosas conquistas, enquanto que com o imperador, ela poderia quem sabe chegar a imperatriz…
Agora com o escândalo, dificilmente conseguiria ter um marido decente. E pior do que tudo, privou a sua facção da possibilidade de gerar um futuro herdeiro imperial, que poderia prolongar o poder da família
O ambiente na corte acabou por ficar insuportável, e Genji foi exilado (embora não de forma oficial), levando um pequeno número de companheiros. A facção do ministro da direita era totalmente vencedora.
Do ponto de vista pessoal, a morte de Aoui ao dar à luz a um filho (Yugiri) de Genji aumenta a tragédia pessoal: o seu casamento fora longe de ser perfeito, mas tinham gostado um do outro apesar de tudo.
E é aí que Genji vê com quem pode contar. Várias pessoas propõem-se a partir para exílio com ele mas ele recusa: não tem recursos para sustenta-las, e precisa de olhos na corte. Tono seu rival/amigo, desafia a corte e vai visitá-lo; alguns escrevem-lhe mas outros fazem de conta que nada se passa. Curiosamente, um antigo governador que se tornou monge e é vizinho de Genji, vê a oportunidade de ouro: embora seja de baixa categoria (era “apenas” um vice-governador residente na província e não um cortesão) quer apresentar a sua filha a Genji pois sabe que um dia a situação deste irá mudar e ela terá uma vida melhor e decerto que ficará grato a quem o apoiou nos maus dias. A rapariga era extraordinariamente tímida (dado o desnível de origem social), mas tocava bem o Koto e Genji lá a engravida (adquirindo mais uma concubina), nascendo a jovem Akashi.
A família materna do imperador começa a acumular os cargos todos e a excluir todos os que não estão alinhados politicamente com eles, e proíbem que Genji seja visitado por alguém da corte. Tono num gesto de verdadeiro desafio e suprema amizade vai visitá-lo (o seu pai não perdera o cargo de ministro, mas fora despojado dos poderes e a sua família perdera as honras); o imperador está hesitante no que fazer, quando as coisas começam a mudar: o ministro da direita morre, Kokiden e o imperador adoecem, tempestades violentas sucedem-se, os cortesãos descontentes com a maneira tirânica como Kokiden se comportou (e com o regime de austeridade que ela impôs, contras as festas, gastos sumptuários e imoralidade), unem-se contra a sua facção; diversos adivinhos dizem que as desgraças tiveram origem no exílio de Genji. Ele é chamado de volta, e pouco depois Kokiden morre.
Lentamente as coisas compõem-se. Quando o imperador abdica em favor do suposto meio-irmão (que na realidade era filho de Genji e que rapidamente é posto ao corrente de que este era o seu pai), as coisas mudam radicalmente. Genji torna o seu antigo sogro (o ministro da esquerda) chanceler (o governo prático do país), Tono é tornado ministro do centro, enquanto que ele trata de tudo o que é relacionado com a corte (cerimónias, nomeações, festas). Casa com Murasaki, a sua grande paixão que já se tornara adulta. E começa a época da retribuição. Não tanto contra a facção do ministro da direita (afinal eles apenas trataram de se governar), embora percam a maior parte dos cargos e poder, mas sobretudo contra os que lhe devendo favores, o ignoraram quando as coisas lhe correram mal. A começar por Hyobu, pai de Murasaki e irmão de Fujitsubo. De facto, estando tão próximo de Genji, ele “colou-se” à facção de Kokidem, contra a sua própria família. Ora tendo Hyobu uma outra filha que ele pretendia que fosse nomeada aia imperial, Genji veta essa nomeação em favor de uma filha de Tono; sem nunca lhe fazer má cara (afinal era o sogro), Genji paralisa-lhe qualquer hipótese de progressão.
Com o tempo, Genji volta a ter uma certa rivalidade com Tono e a sua família, tudo dentro de limites muito estritos: hoje é um que ganha, amanhã é o outro (para escolha de concubinas e vitórias em concursos artísticos), pois uma divisão mais forte poderia ser aproveitada por outro clã.
Mas Genji também recompensa as mulheres que lhe foram fieis.
Uma princesa com quem ele tivera um romance tornara-se pobre (tão pobre, que o porteiro tinha de abrir a porta sozinho, não tendo ajudante); ele ajudou-a financeiramente. Outra ficou mesmo numa situação extrema (o nome dado em inglês é sawflower): sendo de sangue imperial, não podia casar com quem quer que fosse; nos velhos tempos, Genji tentara ter um relacionamento com ela, mas ao ver-lhe a cara desistiu (por ser feia), mas tendo pena, manteve-se amigo. Ao morrer-lhe o pai, ficou sem fonte de rendimento. Não podia casar abaixo da sua condição, ninguém do seu estatuto queria casar com ela, e se fora feia em jovem, a idade não a favorecia. Foi sendo abandonada por criados e amigos até ficar sozinha no palácio em ruínas, tendo de procurar comida e apanhar lenha para sobreviver, esquecida pela corte e vivendo com a recordação da amizade que teve com Genji (que não passou disso). Só uma pessoa se lembrou dela: uma sobrinha, que fugira de casa quando a família começara na sua decadência para casar com um governador causando um escândalo sendo assim excluída dos círculos imperiais (o mesmo que sucedeu à sua tia, sem ter de passar fome). Ofereceu o cargo de governadora em sua casa, o que era uma humilhação para a tia que recusou. Por sorte, um dia Genji passou por lá (depois de voltar a brilhar na corte), e ao saber da história levou-a para o seu palácio, instalando-a numa das alas. Ela acaba por tratar dos assuntos da casa de Genji como governadora oficiosa) pois ele tem imensa confiança nela, mas de forma gradual e com tacto, para não chocar com Murasaki.
Genji acaba por encher o palácio de antigas amantes que caíram em dias difíceis (já não sendo jovens, sendo viúvas ou solteiras elas ficam em situação muito complicada); Murasaki tolera isto melhor do que as suas escapadelas actuais (tornando-se na realidade amiga de algumas delas). Mas no entanto, um novo romance irá complicar tudo.
Genji encontrou a filha de uma velha paixão (essa filha era de Tono mas morrera de desgosto do seu não romance com Genji). Apesar de criada na província, e ter 20 anos Genji enviou-a a sawflower para ser educada rapidamente nas maneiras da corte, pois pretendia adopta-la (ele só tinha uma filha e Tono tinha várias) e usa-la para um casamento que o favorecesse. Mas com o tempo começou a achar um desperdício entrega-la a outros e decide tornar-se seu amante. A rapariga fica destroçada: livrara-se de complicações na província, achava que finalmente a sua vida ia ter um rumo, quando é o seu próprio benfeitor que tenta aproveitar-se. No entanto, acaba por conseguir arranjar um casamento livrando-se de Genji
Passado um momento de certa austeridade sobre o regime dos Fujiwara do ministro da direita, com os Fujiwara do ministro da esquerda, a vida volta ao que era: concursos de pintura, de poesia, declamação de versos (japoneses ou chineses), e muita música.
A mulher que dá um filho a Genji (a jovem Akashi), tem como principal dote saber usar o Koto (uma espécie de guitarra) de forma exímia; o mesmo com sawflower. Murasaki não tem qualquer capacidade especial (por culpa de Genji que reconhece que falhou na sua educação) mas é bonita.
Quando chega a vez de escolher uma nova imperatriz, é feito um concurso de pintura, em que facções rivais se disputam (cada facção tem de num prazo limitado perante uma assembleia de pintar temas de livre escolha); a facção vencedora é a de Genji (contra Tono) e é a filha de Genji (a jovem Akashi) que é escolhida como nova imperatriz. Aliás, a avó materna da jovem Akashi é considerada um paradigma da sorte: mulher de um vice-governador sem importância, tornou-se monja juntamente com o marido numa zona longínqua, sem perspectivas para a filha, quando esta se torna concubina da pessoa mais poderosa do país, e eles acabam por tornar-se avós de uma imperatriz e bisavós de príncipes imperiais.
Outras amadas de Genji sabem bem escrever quer na forma (a caligrafia em si é uma arte para os japoneses), quer no conteúdo (as missivas nunca são feitas descrevendo algo directamente, mas sempre com recurso a poemas, que são extremamente crípticos para ocidentais).
A vida de Genji segue como sempre: festas, concursos de poesia, de caligrafia e pintura e um ocasional flirtanço. Até que o seu irmão o imperador retirado Suzuku que tem uma especial predilecção por uma das filhas (a terceira princesa) e decide arranjar-lhe um marido. O problema é quem? Como a sua mãe não era uma pessoa importante, não haveria ninguém na corte para apoia-la. Mesmo assim vários candidatos apresentam-se imediatamente, nomeadamente um dos filhos de Tono (Kashiwaga), mas Suzuku decide convencer o seu irmão a Genji a casar com ela.
Genji sabe que isso irá desagradar a Murasaki (afinal uma princesa imperial tem sempre estatuto e poderia servir de rival) mas decide seguir em frente e casar com a sobrinha. Murasaki mantém as aparências e faz boa cara, mas as restantes esposas de Genji não são tão amáveis, pois devem muito a Murasaki e ignoram como será a nova esposa. Esta acaba por viver em semi-reclusão de algum modo infeliz. E é aí que entra em jogo Kashiwaga: este que acabara por casar com uma irmã da terceira princesa (a segunda princesa) como prémio de consolação, mas não a esquece e depois de várias artimanhas, consegue entrar no palácio de Genji e viola-a. Ela nada pode dizer, pois mesmo forçada ficará mal vista; ele sente remorsos (por ter enganado Genji, não pela violação), escreve-lhe e essa correspondência acaba por cair nas mãos de Genji (que fica espantado por os textos serem tão directos e comprometedores , coisa que ele nunca fazia). Embora desagradado, quer acima de tudo manter as aparências (o escândalo danificaria as suas relações com os Fujiwara e o Suzuku) e embora nasça uma criança, ele acaba por se ligar ao bebé. Ele acaba por encarar toda a situação com fatalidade, pois relembra-se do que sucedera anos antes com Fujitsubo.
A acção vai a partir daí passar de Genji para outras personagens (que entra na sombra e torna-se cada vez mais melancólico, sobretudo depois da morte de Murasaki): Kashiwaga, Yugiri e outros da geração seguinte, em diversos capítulos, até que Genji morre.
Kashiwaga morrera de depressão, e Yugiri que fora seu amigo (e acabar por descobrir a história do amigo), apoia a viúva do amigo; com o tempo apoia-a financeiramente, mas portando-se sempre de forma impecável, não levantando a mínima suspeita; um dia tenta violá-la, mas ela corre depressa e fecha-se num quarto. Ele não se demove e consegue que ela fique isolada de amigos sendo obrigada a viver como sua concubina (com a aprovação da família de Tono, que tem menos um encargo financeiro com que se preocupar).
Esta nova geração é nas aparências menos estouvada do que a precedente, e sendo menos glamorosa, tem de recorrer a diversas artimanhas para conseguir conquistaras as mulheres, mas são também personagens mais realistas e menos idealizadas.
Passam diversos anos e seguem-se as aventuras do suposto filho de Genji (Kaoru) e o neto Niou (que é príncipe imperial). Estes são amigos e descobrem que um outro príncipe irmão de Genji vive retirado na pobreza (de acordo com os seus padrões) e como descobrem que são bonitas e tocam bem o koto, tentam convencer o príncipe a dar-lhes as filhas em casamento (partilhando-as entre si por acordo), mas ele morre sem consentir.
Niou viola uma delas (casando mais tarde com ela) e a outra morre de depressão. Kaoru que fica desgostoso pela morte da jovem que lhe estava destinado e apaixona-se pela jovem que ficara com o seu amigo; como estabelecer relações com ela é complicado, acaba por descobrir uma terceira irmã (não reconhecida), que vive na província. Ele tenta casar com ela, leva-a para uma casa, mas Niou interessa-se por ela e ela dividida entre dois amores (acabando por fazer amor com Niou sem grandes alternativas, quando Kaoru nunca a obrigara a nada) atira-se ao rio. Ambos os amigos ficam desgostosos, mas descobre-se mais tarde que a jovem sobreviveu e fica a viver num mosteiro. Kaoru tenta que ela volte para ele mas ela recusa e assim termina a história.
A edição que li foi traduzida por Edward George Seidensticker, pela editora stanford, numa versão de 1976.
Fabiano
8 comments:
Fabuloso! Tenho que ter isto! Onde posso comprar??
Eu recebi como prenda uma edição de 1977 em segunda mão. Sem querer fazer publicidade, ou tem a sorte de ir ao estrangeiro e encontra num alfarrabista ou é mesmo na amazon.
Muito bom o blog! Aliás, já leu o 'A lenda de Murasaki', que seria a biografia dela, escrita pelas mãos da Liza Dalby? Se sim, o que achou?
Beijo!
Não li, por isso não posso comentar.
Tenho rigorosamente a versão inglesa que aqui mostram e é muito boa.
Entretanto saíram duas traduções portuguesas recentemente.
Fiquei com a ideia de que a da Relógio d'água será melhor..
Algum conselho?
Também preferi a da Relógio... pelo simples facto de que a tradução está mais justificada, mesmo não tendo estudo da obra original, o que é uma pena mas ainda não há pessoas em Portugal formadas em japonês o suficiente para conseguir traduzir do clássico... também prefiro a sua tradução do títul 'O conto do genji' e não 'de genji' uma vez que 'genji' é um título como "principe" e não um nome.
hi
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thanks
aberleste
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