10.1.10

Kitchen, de Banana Yoshimoto


Falarei sobre o primeiro livro da autora Banana Yoshimoto, o qual me foi emprestado pela minha amiga Marília Kubota. Aliás, ela me emprestou-o logo depois que eu lhe mostrei algumas coisas que eu escrevia. Me deu o livro dizendo que “ela escreve bonitinho”.
Bem, eu adoro ler, leio sempre que posso, mas confesso que leio um tanto quanto devagar. Conheço pessoas que lêem muito rápido e mal sei como conseguem. No entanto, eu leio apenas uma vez e depois lembro da história por muito tempo. Claro que releio certos livros, mas no geral isso não acontece. “Kitchen” é um livro bem rápido de se ler, leve e gostoso, com suas 162 páginas divididas em 3 contos. E todos abordam um só assunto: a perda de alguém muito próximo e especial.

Nas duas histórias (já que os dois primeiros contos fazem parte da mesma trama) a personagem principal tem que enfrentar a realidade pós-perda de alguém bastante especial. Em “Kitchen”, Mikage acabara de perder a avó e não sabe que caminho tomar, já que não tinha mais os pais nem qualquer outro parente por perto. Nisso é acolhida por Yuuichi e sua mãe, Eriko (uma pessoa nada normal, eu diria). Assim a moça começa a lutar para superar tamanha perda e continuar a viver. Já em “Lua Cheia (Kitchen 2)”, Mikage e Yuuichi sofrem um novo abalo e buscam um caminho para uma nova vida juntos.
“Moonlight Shadow”, o terceiro e último conto do livro, a personagem Satsuki perde seu namorado em um acidente de carro e começa a correr todas as manhãs para ocupar a mente. É então que encontra Urara, uma jovem misteriosa que diz que num dia muito especial que só acontece de cem em cem anos, algo único aconteceria. Tal informação encheu a vida da moça de um novo colorido e objetivo, fazendo com que ela tivesse forças para continuar a viver.
Enfim, é um livro bem bonitinho mesmo, que te fará chorar meio que sem querer. Você fica lendo e pensando em todas as pessoas que lhe são especiais mas que de uma hora para outra podem não estar mais ao seu lado. Tudo bem, por mais clichê que isso seja, é a mais pura verdade, infelizmente.

Mylle Silva

9 comments:

Samara L. said...

Apesar da linguagem contemporânea e da aparente despretensão, acredito que Banana Yoshimoto faz mais do que escrever bonitinho. Ela faz literatura de verdade.
Isso não parece imediatamente perceptível por tratar de assuntos tão "próximos", mas ela tem dá a linguagem o tratamento que a torna estética e, ainda mais, toca a alma humana de maneira profunda, permitindo a transformação interna que só arte de verdade permite (nada a ver com auto-ajuda, embora este livro tenha tido essa "utilidade" junto a muitos jovens japoneses da época do lançamento do livro e depois).
Recomendo também Tokage (Lizard), disponivel em excelente tradução para o inglês.
Cordiais saudações.

Nicolas said...

Esse blog pra mim é uma referência em literatura japonesa, mas por favor, diminua os caracteres japoneses que ficam ao lado da página.

Deu um toque bem original, mas no tamanho que está chega a cobrir imagens e as palavras do corpo central do texto.

Obrigado, e perdão se minha crítica foi demasiado direta...

Sara F. Costa said...

Nicolas, não há problema, pelo contrário, agradeço o alerta... Mas esse problema com o fundo do blog terá, provavelmente, a ver com a sua resolução. Não sou muito entendida na área mas na minha resolução - 1280 por 800 pixels - a imagem do background não cobre nada, situa-se à esquerda do corpo central... de qualquer forma é simpes, vou colocar a imagem com mnos opacidade para as pessoas que tiverem esse problema. Se alguém estiver a ler isto e quiser dizer se isso também lhes acontece, agradeço.

Samara L. said...

Sim, também me acontece, encobre cerca de um quinto do bloco de texto.
Infelizmente, não tenho sugestões de como dirimir o problema.
Cordialmente.

Sara F. Costa said...

Ahh não fazia ideia... então mas com a imagem assim, já está melhor?

Nicolas said...

Ficou melhor Sara, já dá pra ler as letras que antes eram encobertas, fica apenas o incômodo visual, tipo uma mão transparente por cima do texto =)

Para quem não tem frescura, creio que isso seja de pouca importância.

Mas a título de conselho eu retiraria a imagem até poder enquadrá-la bem no site, deixando um visual mais limpo.

Mas dando pra ler, pra mim não faz muita diferença não.

Beijos, e não fique agoniada com isso.

Sara F. Costa said...

É óbvio que se no meu browser aparecesse assim tapado eu retiraria, não tenciono cobrir o texto mas penso que na da maioria das pessoas não aparece nada coberto.

Iara said...

Estou lendo o Kitchen agora. Estou na metade do livro. A história em geral é bem bacana, mas uma coisa me incomoda muito: a tradução. Deveriam lançar uma edição com tradução direta do japonês. E são erros que acredito que mesmo uma boa revisão de português iria melhorar bastante o texto. Digo isso porque trabalho direto com livros.

Anonymous said...

E onde que eu acho esse livro?