15.5.08

kanazôshi

J. S. A. Elisonas – Fables and Imitations. Kirishitan Literature in the Forest ofsimple letters. Pp. 9-36.



A prosa japonesa produzida entre os anos de 1590 e 1680 foi dominada porespécies amorfas, mas aparentemente “omnívoras” classificadas pelosespecialistas japoneses – os guardiães do que eles próprios chamamkokubungaku, a “literatura nacional” – sob o rótulo de kanazôshi “folhetos em letras [japonesas] simples”. Os Jesuítas mantiveram uma intensa actividadeliterária e editorial no Japão durante os primeiros vinte e cinco anos desteperíodo, isto é, até serem expulsos do país. A sua imprensa, equipada comcaracteres móveis importados de Portugal, em 1590, (a primeira máquina destetipo vista no Japão), imprimiu cerca de 50 títulos, de que perduram exemplaresde 29 obras. Outros trabalhos literários produzidos pela missão sobreviveramem manuscritos. A lista dos textos associados ao proselitismo cristão,independentemente de terem sido publicados na época ou não, incluemalgumas das obras-primas da prosa japonesa, nomeadamente Myôtei mondôBulletin of Portuguese-JapaneseStudies, ed. João Paulo Oliveira e Costa, vol. 4, Jun. 2002 2(The Myôtei Dialogue, 1605) de Fabião Fukan, uma peça brilhante de apologiacristã. É notável, porém, que os especialistas japoneses da “literatura nacional”,praticamente sem excepções, ignorem a sua herança cristã do período prémoderno.(A excepção que confirma a regra é uma adaptação das Fábulas deEsopo). Esses especialistas parecem satisfazer-se remetendo essa herançapara o domínio dos linguistas, dos filologistas ou dos historiadores da cultura.De qualquer modo, eles mantém estes textos, sem reserva, fora da tipologiakanazôshi. Assim, esta tipologia mal definida toma, ao mesmo tempo, de modoindiscriminado outros candidatos a incorporação – levando-nos a questionar autilidade do termo. Além de apresentar uma modesta proposta para que asespécies sejam eliminadas devido à sua falta de coerência taxonómica, esteartigo analisa a contribuição cristã para a literatura japonesa nos últimos anosdo século XVI e nas primeiras décadas do XVII. Apresenta, depois, umaanálise mais detalhada ao que pode ser considerado como o kanazôshi cristãopor excelência. O livro analisado é uma adaptação para japonês da obra-primacristã da literatura devocionista – a Imitação de Cristo de Tomás Kempis.Publicada em Kyoto, em 1610, sob o título latino Contemptvs mundi e o títulojaponês transliterado Kontemutsusu munji, foi impresso em kana, “letrasjaponesas simples” com uma mistura mínima de kanji, “caracteres chinesescomplexos”. Este livro é, sem dúvida, um modelo da prosa japonesa coeva. É,no entanto, um exemplo claro de um texto metafrástico. Pelo contrário,Kontemutsusu munji é um exemplo de manipulação retórica demonstrandoquão longe os Jesuítas tentavam ir na sua vontade de popularizar a suaMensagem. Este caso testa os limites do seu famoso “método de acomodação”no Japão. Assim, o seu tradutor ou tradutores tiveram o cuidado de evitarconfundir os leitores japoneses através de um respeito total pelo texto deTomás Kempis sobre o “Sagrado Sacramento” no Livro 4, pelo que eliminaramsistematicamente todas as referências à presença real do corpo (carne esangue) de Jesus Cristo na Eucaristia.
Bulletin of Portuguese-Japanese Studies, ed. João Paulo Oliveira e Costa, vol.4, Jun. 2002. ISSN: 0874-9671. Dim: 240x170.

2 comments:

Anonymous said...

É PROFUNDAMENTE GENIAL É!!! É COMO O FERNANDO PESSOA q é esqueziofrénico. e tu és escritora sabes certamente do que falas.
Ouve eu nunca odiei nem amei o kiyoshi. Odiar nao pk nunca me fez mal nenhum nem o conheço, nem o amo pk graças a Deus sou machista e gosto de mulheres. Isto n é esqueziofrenia! É um normal pedido de desculpas de alguém que percebeu que estava a exagerar e não tinha razão, como foi o meu caso. e se viste os argumentos e a linha de raciocinio para os efectuar perceberás que faz todo o sentido o que disse ao kiyoshi.
E depois será feio reconhecer que se errou? se fosse o contrário nao reconhecer que estive mal n era muito mais grave e muito mais doentio para me recomendares um producto qualquer chines?

Anonymous said...

Olhem para ela!!!! Ela quer ser escritora!!!!!!!! Sentada numa cadeira, fazer rabiscos num caderno e descansar à sombra da bananeira!!!!! Escuta: Vai mas é trabalhar!!!! vai fazer alguma coisa de util para esta sociedade!! Escrever? Isso é fácil. A minha prima Ines tem 5 aninhos e já sabe escrever! Ela sim, não tem idade para trabalhar pode muito bem estar sentada e à sombra a escrever! Tu já es maior e vacinada, podes muito bem ir trabalhar. Escrever é o que fazem as pessoas quando vão para férias, e nem todas porque há pessoas que trabalham nas férias. Tu queres é ter férias!!! " vivam as férias que ricas férias" como dizia o batatoon. Quem me dera estar sentado à sombra de uma arvore a escrever rabiscos e pauzinhos chinezes. Não o faço pk? Porque trabalho: Isso tem um nome minha menina: chama-se preguiça.
E tu é queres é aparecer tb: Ganhei o prémio bocage, olhem para mim, como estou linda na foto!!! E depois para festejar há camarão e champagne frances do bom e do melhor para a gente festejar!!! E a sociedade q precisa de quem trabalhe para dar de comer aos que mais necessitam assistem a este espectaculo!!! Na minha terra isso tem um nome minha menina: isso é ser gulosa!!!!!!

loooooooooooooooooooooooooooooool tou na brincadeira contigo!!!!!