A Chave
Junichiro Tanizaki
Cia das Letras-2000
ISBN9788535900347
A Chave trata da história de um professor universitário que não consegue mais satisfazer sexualmente Ikuko, sua esposa voraz. Voraz e pudica ao mesmo tempo, ela não cansa de repetir uma ladainha sobre sua ‘educação tradicional’ que não a permite ultrapassar certos limites. Mas o pobre homem tenta, com muito empenho, encontrar uma solução para a sua fraqueza. Vai à procura de opinião profissional, opinião não profissional, massagens, remédios diversos ao ponto de comprometer sua saúde. Um dia, observando Kimura,um jovem estudante que freqüenta sua casa, e que seria, em princípio, um partido para sua filha, o professor descobre que o ciúme é um excelente estimulante. Assim começa um jogo perigoso. O mais interessante é que a história é contada através do diário do professor e da sua esposa. Cada um mantém um diário e desconfia que o outro o lê às escondidas. Ou quer que o outro leia?
Eis um trecho do diário de Ikuko:
Meu marido escrevera que "se tivesse em seu lugar e tivesse de dizer qual das duas mais me atrai, diria certamente que a mãe, apesar de sua idade." Mas ao mesmo tempo "No entanto Kimura não parece se definir". E ainda "Não estaria ele tentando comprar a confiança da mãe para através dela procurar chegar a Toshiko?" Eram as dúvidas que meu marido por vezes se colocava. Eu odiava que ele as tivesse. Queria que acreditasse que Kimura só amava a mim e que não hesitaria em fazer sacrifício algum por mim. Se assim não o fizesse, não aumentaria nele o violento ciúme que sentia de Kimura."
Toshiko é a filha do casal, ela também acaba participando deste jogo erótico, ajudando, por exemplo, a mãe a se encontrar às escondidas com Kimura, às vezes, emprestando o próprio quarto que alugara por não suportar mais, segundo ela, a vida desregrada que o pai e a mãe levavam.
É difícil escolher ‘um’ dos livros de Tanizaki, mas este está entre os meus preferidos.
Leila Silva Terlinchamp
5 comments:
A história parece muito cativante! Vou tentar encomendar o livro! Bom artigo, como a Leila já nos habituou!
Li e gostei muito, sobretudo da sensualidade sempre ao flor da pele. Tudo muito implicito, com leves tragos, à boa maneira japonesa.
Acabei de ler agora o romance.
E gostei muito da forma como está escrito o livro. Uma história de dominação sexual em diários paralelos.
Um título a ler!
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